É fato que a Veterinária tem evoluído junto com a popularidade do felino nos lares de todo o mundo. Novas tecnologias, vacinas, medicamentos e estudos têm aumentado a qualidade de vida e longevidade desses pets. Para se ter uma ideia, um felino de vida livre, que não recebe os cuidados de um tutor, tem expectativa de vida de 2 anos, no máximo. Já os domiciliados, muitas vezes, podem ultrapassar os 15 anos de idade. A diferença é importante e deve-se aos avanços no trato com o felino. Nesta reportagem, listamos 10 deles. A seguir, você encontra dois avanços exclusivos. Na edição 108 da Pulo do Gato, de dezembro de 2016 (https://www.editoratopco.com.br/loja/pulo-do-gato/produtos/2300/edioe-108-dezembroe-de-2016), outros oito avanços foram listados. Confira!
Coração saudável
Um exemplo de conhecimento que trouxe ganho de saúde importante aos felinos é a necessidade de enriquecer a alimentação com taurina, aminoácido que não é sintetizado pelos felinos. Até 1987, as causas da deficiência deste componente na alimentação de gatos era desconhecida. Paul D. Pion, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriu que a morte de gatos por uma doença chamada cardiomiopatia dilatada felina (CMD), tinha relação com a falta de taurina no organismo, até então, associada apenas a problemas na visão. Tal descoberta fez com que fabricantes de alimentos para gatos aumentassem os níveis do ingrediente em seus produtos.
Técnica davideocirurgia
Arquivo de Magaly Gemio Teixeira
Meg, uma das gatas de Magaly Gemio Teixeira, castrada por videocirurgia
O uso da técnica da videocirurgia em animais traz grande avanço tecnológico à área cirúrgica veterinária. Entre os benefícios, o método proporciona recuperação mais rápida após a cirurgia. Para a equipe de cirurgiões, as vantagens são a significativa diminuição dos cortes cirúrgicos e a manipulação dos órgãos, o que reduz dor, sangramento, o uso de drogas anestésicas e riscos cirúrgicos para o paciente.
Rogério Akio Nishimaru, da clínica Endo Solutions Vet, de Campinas-SP, utiliza a técnica há 1 ano e meio e diz que a inovação, presente há mais de 20 anos na Medicina e usada em procedimentos como videolaparoscopia de vesícula hepática e cirurgia bariátrica, tardou a chegar aos pets. Os motivos são o alto custo dos equipamentos e falta de treinamento e capacitação para o trabalho com essa técnica por parte de veterinários. Na videocirurgia, com a ajuda de câmeras, sistemas de capturas de imagem e instrumentais especiais, o cirurgião consegue visualizar e manipular locais de difícil acesso no tórax e abdome dos animais. “A técnica em pets pode ser usada em casos de laparoscopia exploratória, que investiga a cavidade abdominal em busca de alterações, biópsia para retirada de amostra de nódulos ou tumores para análise e outras cirurgias como retirada de cálculos, retirada de rim e até a própria castração“, lista o veterinário. As gatinhas de Magaly Gemio Teixeira, Bia e Meg, de São Paulo, ambas com cerca de 1 ano, foram resgatadas da rua e castradas com o novo método. “A recuperação foi muito rápida“, atesta a tutora. Em fêmeas, o pós-cirúrgico costuma ser mais delicado, pois, na cirurgia tradicional, a cavidade abdominal é exposta durante o procedimento. Na videocirurgia, como os órgãos não entram em contato com o ar ambiente, o que pode causar infecções, Rogério explica que, na maioria das vezes, o uso de antibióticos no pós-operatório é dispensado. “Em animais, essa técnica me parece ideal, dada a dificuldade de administrar medicamentos e pela impossibilidade de avaliarmos de forma objetiva a dor que eles possam estar sentindo“, ressalta Magaly, que é médica especializada em coloproctologia.