O calor chegou! Cuidado com as pulgas e os carrapatos!

Publicado em 21/11/2019

O nome “ectoparasita” pode parecer estranho, mas, com certeza, você sabe o quanto o seu gatinho pode sofrer, e muito, com a infestação de pulgas e carrapatos. Por isso, o cuidado na prevenção dos ectoparasitas com produtos antiparasitários, associado ao controle do acesso dos animais à rua, é de grande importância para evitar que os bichanos sejam contaminados. Aliás, os tutores daqueles gatinhos que não resistem às tentações da rua e acabam dando aquelas famosas escapadinhas sabem o quanto é difícil manter o controle adequado desses famosos invasores, que, além de serem incômodos para os animais e desagradáveis para os seus donos, podem causar dermatites alérgicas e transmitir algumas doenças sérias. Normalmente estas doenças são causadas por parasitas que acometem as células do sangue, por isso são denominados hemoparasitas.

Entre os hemoparasitas transmitidos por carrapatos e pulgas para os gatos domésticos podemos citar os protozoários dos gêneros Babesia e Cytauxzoon e as bactérias gram-negativas Ehrlichia e Mycoplasma felis, sendo esta última a de maior relevância por desenvolver quadros clínicos mais severos


BABESIOSE

As infecções por Babesia nos gatos domésticos são relatadas em diversos países do mundo, porém a doença babesiose é raramente descrita e, na maioria dos casos, vem acompanhada de outras enfermidades que deprimem o sistema imunológico dos gatos, como leucemia, AIDS e peritonite infecciosa felina, possibilitando que a Babesia se manifeste como doença.

Os sinais clínicos nos felinos diferem dos que ocorrem com a maioria dos animais, sendo rara a ocorrência de febre e icterícia (mucosas amarelas). Assim, os sintomas são: intensidade da anemia, palidez de mucosas, perda de apetite, fraqueza, sonolência e aumento das frequências cardíaca e respiratória. O método de diagnóstico mais preciso é através do exame PCR (reação em cadeia de polimerase), que pesquisa um segmento especíco do DNA do parasita no sangue do animal. Às vezes também é possível observar o parasita no esfregaço de sangue quando é realizado o hemograma com pesquisa de hematozoários.

Fotos: Arquivo pessoal- Gato ictérico em decorrência de Mycoplasma haemofelis


ANEMIA INFECCIOSA FELINA

O Mycoplasma felis ou Mycoplasma haemofelis, anteriormente conhecido como Haemobartonel felis, é o hemoparasita mais comumente encontrado nos felinos domésticos. Estes microrganismos são bactérias gram-negativas que se aderem à superfície dos eritrócitos (células vermelhas do sangue) e causam a sua destruição, podendo levar a quadros anêmicos, por isso, essa doença também é conhecida como anemia infecciosa felina. Sua transmissão ainda não está totalmente esclarecida, mas supõe-se que as pulgas podem ser vetores dessa transferência, assim como os ferimentos causados por mordeduras de outros gatos contaminados. O Mycoplasma pode levar à anemia hemolítica severa e causar a diminuição das células brancas (leucócitos), icterícia e febre.

Os lhotinhos e os bichanos imunodeprimidos são mais predispostos a desenvolver a forma mais severa da doença, o que torna muito importante a pesquisa de outros agentes que podem levar à depressão imunológica, por exemplo, os vírus da leucemia e da AIDS felina. No entanto, nem todos os gatos infectados manifestam a doença, podendo ficar como portadores assintomáticos, ou seja, nunca apresentando os sintomas ou apenas quando há uma queda imunológica. O tratamento dos hemoparasitas é feito com antibioticoterapia. Em alguns casos, quando a anemia é muito intensa, existe a necessidade de transfusões sanguíneas.

 

MV. MSc. André Gatti
CRMV-SP 14364

Médico veterinário especialista no atendi- mento de felinos
Clínica Gatto de Botas

 

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