British Shorthair: o gato do momento!

Publicado em 20/04/2022

Apesar de ser mais famoso na Europa, já aparece com frequência na mídia brasileira, deixando os gateiros loucos para ter um em casa.

Exemplar do Gatil Iluminatto Cattery

O sorriso do British Shorthair é inconfundível e único na gatofilia. Suas bochechas rechonchudas e os lábios suavemente direcionados para os cantos do rosto são os responsáveis pelo charmoso sorriso que inspirou o escritor Lewis Carrol a criar o gato do livro Alice no País das Maravilhas, o Risonho, que contribuiu ainda mais para a popularidade da raça. “O dócil temperamento, a carinha de ursinho de pelúcia e a pelagem bastante sedosa e aveludada fazem dele um gato irresistível”, afirma Rebeca Barzi, criadora do gatil King Blue Cat, de Cotia-SP.

Arquivo de Camila Xisto


Dona de Balu, um bicolor (branco e cinza) de 3 meses de idade, Camila Xisto, de Brasília–DF, conta que ela e seu marido, Humberto Xisto, se apaixonaram pela raça quando viram um vídeo de um filhote na internet. Ao pesquisarem, descobriram que o gatinho pelo qual se encantaram era um British Shorthair. “Balu, por ser filhote, é muito ativo, está sempre brincando e aprontando. A casa ficou mais feliz e cheia de vida desde que ele chegou”, diz Camila.

Karolini Pickcius, de Jaraguá do Sul-SC, teve seu primeiro contato com a raça por meio de programas de televisão e sempre gostou do jeito brincalhão e carinhoso dos Britishes. Por isso, decidiu adquirir seu primeiro exemplar, o Fortuna, de 5 meses. “Pretendemos adquirir mais Britishes porque são gatos que envolvem toda a família com muita alegria”, diz Karolini.

Em terras brasileiras

No Brasil o interesse pela raça tem aumentado. Segundo Rebeca, a cada dia, a raça se torna mais conhecida graças à divulgação na mídia. “É um gato muito requisitado devido à sua inteligência, facilidade de treinamento, tranquilidade e beleza”, afirma. Isso fez com que o felino fosse o escolhido para participar de comerciais e embalagens de rações de grandes empresas de alimentos para pets e também de filmes famosos como o gato Smokey, um British na cor azul (cinza), que aparece no famoso longa-metragem norte-americano Stuart Little. De acordo com Gerson Alves Pereira, presidente do Clube Brasileiro do Gato (CBG), com o grande público que recebem nas exposições promovidas pelo clube, percebeu que as pessoas têm procurado por outras possibilidades de raças que não as mais populares, como Persa ou Maine Coon, e esperam encontrar a que mais se adequa às suas necessidades e expectativas. “Temos uma média de cinco expositores/criadores da raça em nossos eventos. Com a popularização dos gatos de pelo curto, não só o British Shorthair, mas todas as outras dessa categoria estão aumentando”, afirma Gerson. “O British Shorthair é paciente, tranquilo e forma fortes laços de carinho e lealdade com seu companheiro humano. É tolerante com as pessoas de diferentes idades e também com outros animais”

Foto: Gatil King Blue Cat

Boa companhia

O British Shorthair é paciente, tranquilo e forma fortes laços de carinho e lealdade com seu companheiro humano. É tolerante com pessoas de diferentes idades e também com outros animais.
Ele não é um gato muito falador, é tímido para usar sua voz, mia bem baixinho e apenas para chamar a atenção do dono em alguma situação, como quando quer reivindicar sua comida preferida.
Se você é do tipo “Felícia”, que adora agarrar os bichos, essa raça não é para você. “Os Britishes são grandes companheiros dos donos, mas à distância, no máximo ficarão ao seu lado, pedindo carinho ou gozando da sua presença, realmente preferem não ficar no colo”, afirma André Lourenço Andrade de Vasconcelos, do gatil Sirijjy, de São Paulo-SP.

Energia média

De acordo com André, os Britishes amadurecem apenas com 3 anos de idade com relação à corpulência e constituição física. “Dizemos que é uma raça que aumenta a sua beleza com o tempo, como um bom e velho vinho”, afirma. Em relação ao amadurecimento emocional, o criador diz que até os 12 meses de idade ele é um bebê que gosta muito de brincar. Mas, após esse período, ele fica mais sossegado.

Arquivo de Karolini Pickciu

“Tem energia média, sendo mais ativo que os Persas e menos que os Bengals, por exemplo”, diz. Fortuna, de Karolini, como ainda é filhote, tem a energia bem acima da média de um British. “Fortuna gosta de brincar de pega-pega com seus brinquedos, pular e ficar horas caçando insetos”, aponta. Ele também adora beber água da piscina e pular dentro dela, embora a dona tente de todos os jeitos tirar esse costume dele. “Fiquei espantada quando pulou pela primeira vez na piscina, achei que iria se afogar, mas que nada, nadou até a borda e continuou brincando como se não tivesse acontecido nada”, conta Karolini.

Camila, que também tem um filhote em casa, conta que as noites de sono, outrora silenciosas, agora são frequentemente interrompidas pelo barulho de objetos sendo derrubados e patinhas arranhando o chão. “A primeira vítima foi o estojo de maquiagens da Camila, mas nós não temos problemas com isso”, diz. A rotina do casal também mudou, jantares em restaurantes e passeios foram substituídos por pizza em casa e televisão. “Acabamos passando mais tempo em casa com ele, são momentos irrecusáveis ao lado daquela bolinha de pelos”, ri.

Gato de pelúcia

Exemplar de Silvia Pratta/Gatil Sirijjy

Sua pelagem densa e fofa dá a impressão de que estamos acariciando um ursinho de pelúcia. “Ajuda-o a se proteger do frio, além de ser muito fácil de cuidar”, diz Rebeca. Escová-lo uma ou duas vezes por semana já é o suficiente para manter a beleza do gato. “Há uma grande troca de pelos com o início do período frio e depois com o retorno do calor. Mas há uma perda razoável o ano inteiro, já que se trata de uma raça bem peluda, de pelagem densa, apesar de curta”, ressalta André.
Além da textura da pelagem, o que faz o British parecer um bicho de pelúcia são suas formas arredondadas. Seus olhos e cabeça redondinhos compõem o look fofo da raça, reforçando sua expressão doce. “As bochechas e toda a cabeça devem ser bem redondas, característica mais evidente nos machos por conta dos hormônios”, explica André. O peito largo e cheio, pernas fortes e curtas, patas arredondadas e uma cauda grossa na base e arredonda na ponta deixam-no com um aspecto compacto e reforçam, ainda mais, sua aparência de teddy bear (urso de pelúcia). “Robusto, bonito e forte, pode viver entre 14 e 20 anos”, completa Rebeca.

Cores marcantes

A cor mais popular do British Shorthair no Brasil e no mundo é a azul (cinza) com olhos cor de cobre. Outra cor comum nesse felino é o silver classic tabby. Contudo, hoje, todas as cores são permitidas.
Outras cores mais raras do British são canela, castanho-amarelado, dourado e os ponteados. André se especializou em gatos ponteados que possuem a genética de origem do Siamês, com pelos mais escuros nas extremidades e olhos azuis. Outras cores raras são o silver shaded (pelagem clara com pontas pretas e efeito cintilante) e o chinchila, que se parece com o shaded, porém tem menos presença de preto

Famoso no Reino Unido

Foto Big Ben meramente ilustrativa por Pixabay

Britishes são mundialmente conhecidos como os queridinhos dos britânicos, tanto que 1/4 de todos os filhotes registrados anualmente na principal instituição felina do Reino Unido, a The Governing Council of the Cat Fancy (GCCF), é dessa raça. Desde 1997, o British Shorthair lidera o ranking de registros da organização. Só em 2014 foram 5.237 registros. Além disso, segundo estudo da Pet Food Manufacturers Association realizado em 2013, dos 8,5 milhões de gatos existentes no Reino Unido, 1,1 milhão são da raça British Shorthair. Não dá pra negar que esse gatinho já deve estar mais famoso que a família real britânica, não é mesmo?
A história do British começou quando romanos levaram um grande número de gatos para o Reino Unido com o objetivo de reduzir a população de roedores. Esses felinos se misturaram com os gatos nativos, dando origem a gatos domésticos de pelagem curta. Mas a história registra o ano de 1970 como data de origem da raça. Hoje essa fama já se alastrou e atingiu principalmente a Rússia, a Polônia, a Alemanha, a Holanda e países do leste europeu, onde o British também é bastante popular.

Foto: Marcelo Palmeira

VERSÃO DE PELO LONGO
Após a Segunda Guerra Mundial, como a maioria das raças felinas e caninas, o British também correu risco de extinção. Entretanto, graças aos esforços de criadores apaixonados por ele, isso não aconteceu. Para reafirmar a raça, foram feitos cruzamentos de exemplares de British Shorthair com Persas e gatos de outras raças de pelos longos, dando origem ao British Longhair (veja capa da Pulo do Gato, edição 88). Essa versão do British ainda é muito rara e muito mais difícil de criar. “Mesmo acasalando um pelo longo com um pelo curto, a maioria dos filhotes terá pelo curto, pois o shorthair é o gene dominante, o que explica a raridade do British Longhair. O acasalamento de dois gatos de pelo longo resultará em uma ninhada de filhotes de pelo longo, pois eles não possuirão o gene de pelo curto”, explica Ana Cláudia Andrade do gatil Legato, de Cascavel-PR.

Nossos Agradecimentos:
Rebeca Barzi, criadora do gatil King Blue Cat, de Cotia-SP
www.kingbluecat.com.br

Gerson Alves Pereira, presidente da CBG (Clube Brasileiro do Gato)
www.clubebrasileirodogato.com.br

André Lourenço Andrade de Vasconcelos, do gatil Sirijjy, de São Paulo-SP
sirijjy.webnode.com.br

Ana Cláudia Andrade do gatil Legato, de Cascavel-PR. www.legatos.com.br


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