Que tipo de gateiro você é? Do protetor até o amante de raças

Se você tem um gatinho em casa, é bem possível que o seu dispositivo também esteja lotado de registros fofos.

Escolhemos alguns perfis: veja qual se encaixa com a forma que você expressa seu amor pelos gatos

Imagem de Alexandra Koch por Pixabay

 

Uma piada comum de ver entre gateiros – ou pelo menos entre quem se refere a eles – é que o amante de gatos sempre tem o celular na mão para mostrar mil e uma fotos muito parecidas dos seus bichanos com o maior orgulho. Se você tem um gatinho em casa, é bem possível que o seu dispositivo também esteja lotado de registros fofos. Essa é apenas uma característica que pode unir os cat lovers, mas podemos ter mais em comum do que se pode imaginar. Alguns perfis e comportamentos se repetem entre os tutores.

{PAYWALL_INICIO}

Foto: Arquivo Pessoal/Angélica Dória com Freddie e Lion

O QUE DIZEM AS PESQUISAS?

Uma pesquisa realizada por parceria entre o IBOPE Inteligência e o Centro de Pesquisa WALTHAM® identificou três principais perfis de tutores de gatos: os resignados (aqueles que gostariam de ter cachorro, mas acabaram por ter gato); os convertidos (que não pensavam em ter gatos, mas foram influenciados por conhecidos e viraram fãs); e ainda os apaixonados (os defensores da espécie e que podem ser chamados de gateiros ou cat lovers).
Já os pesquisadores da Universidade de Lincoln, nos Estados Unidos, conseguiram traçar os cinco tipos de relacionamento entre gatos e seus tutores. “Como acontece com qualquer relacionamento social complexo, o tipo de vínculo do dono do gato é um produto da dinâmica entre os dois indivíduos envolvidos, juntamente com suas certas características de personalidade”, explicou Daniel Mills, especialista em comportamento animal da universidade norte-americana. O estudo mostrou ainda que existem diferentes relações entre gatos e seus tutores. Que podem ser: de co-dependência, quando os dois lados são muito envolvidos emocionalmente e o animal de estimação pode ter dificuldade de se relacionar com estranhos ou comer sem o tutor presente; de amizade, quando existe uma boa relação mútua, mas sem dependência e uma separação não seria problemática; casual, quando há uma boa troca de carinho, mas o animal e o tutor não veem problema em ficar separados; de relacionamento remoto, quando há uma distância maior dos dois lados e o gato não é visto como membro da família; e de relacionamento aberto, quando o bichano é bem independente e solitário e não há uma preocupação com a proximidade.

Foto: Arquivo Pessoal/Fajua Meurer Pain, de
Cascavel, PR

RELAÇÃO COM O VETERINÁRIO

Complementando o levantamento, a médica-veterinária especializada em Medicina Felina Ana Cláudia Andrade, de Cascavel, PR, indica mais alguns padrões de pais e mães de gatos que ela normalmente encontra nos atendimentos de sua clínica: “Existem aqueles que têm dificuldades de impor limites e deixam o gato fazer o que quer. Por exemplo, eu falo que o pet não pode ter acesso à rua, pois há muitos riscos para ele, e a pessoa me responde que não tem como controlar, que ele pede, e acaba deixando o gatinho fazer o que quer”, explica ela. Outros ainda, complementa a profissional, escondem informações sobre a saúde e o comportamento do felino por receio de tomar uma bronca. “Eu pergunto se o gato caça, me dizem que não, questiono se já teve pulgas, não também. E na hora que pedimos um exame de sangue, está lá o microplasma aparecendo, tem giárdia. Como que não caça?”, questiona, alertando que os dois casos não são exemplos a serem seguidos.
Por outro lado, Ana descreve um tipo oposto de tutor, aquele que é super protetor, que bastou um espirro ou uma situação incomum para levar o pet ao veterinário. É o caso da recepcionista Fajua Meurer Pain, de Cascavel, PR. Mãe de cinco gatinhos – Luke, Ruiva, Dobby, Mege e Allan Poe -, ela também se identifica como uma apaixonada por felinos. “Às vezes deixo de sair ou de fazer alguma coisa porque eles vão ficar sozinhos em casa e vou sentir saudade. O tempo que fico em casa dedico quase 100% para eles. Tenho uma ligação muito profunda com os gatos, qualquer gato, mas os meus são família mesmo, cinco pedacinhos do meu coração”, conta ela. Preocupada, ela aciona a veterinária com frequência. Em alguns momentos, sem necessidade, mas a dedicação já provou ter fundamentos. Ela lembra de quando levou o caçula da casa, Allan Poe, à clínica, pois estava com um ponto preto no queixo e aproveitou a visita para também levar outro gatinho que não havia comido naquele dia. “No fim, o ponto preto não era nada, mas descobri que o outro gatinho tinha Felv. Ele acabou falecendo pouco depois da doença”, recorda a tutora.

Fotos: MaryvioletiStockphoto.com/Juliana Romão

RAÇA X RESGATES

De acordo com Ana existem também dois perfis que podem estar em espectros diferentes de pais e mães de gatos. São os tutores de bichanos de raça versus aqueles que adotam os sem raça definida, os famosos e fofos SRDs. No primeiro grupo está Angélica Dória, de São Paulo, SP, que é mãe de dois Sagrados da Birmânia, raça conhecida pela tendência de comportamento sensível e dócil. “Estudei várias raças antes de optar pelo Sagrado. Como moro em casa, os gatos que eu tinha sempre encontravam rotas de fuga e eu queria um gato mais caseiro, companheiro e tranquilo. Comecei a estudar e li sobre o Sagrado da Birmânia, que era tudo que eu queria. Liguei para um gatil, o dono me convidou para dar uma olhada e eu me apaixonei”, conta ela. O primeiro a vir para a casa foi Freddie, mas o amor pela raça foi tanto que a gateira acabou trazendo outro gatinho do mesmo gatil, o Lion. “Acho muito difícil alguém não se apaixonar pelo Sagrado da Birmânia, são dóceis e carinhosos. Tenho amigas que nunca tiveram contato com gatos e depois que conheceram os meus se apaixonaram pela raça. Tiro foto deles o tempo todo e eles bombam no meu Facebook e Instagram”, brinca. Apesar de ser uma amante da raça de seus dois gatinhos, Angélica também tem um SRD chamado Nego: “e ele e o Freddie são melhores amigos”, frisa, deixando claro que não faz diferença entre eles.
Há também quem tenha se direcionado somente para gatos SRDs em adoção, envolvendo-se na causa de proteção animal. É o caso da ilustradora e designer Juliana Romão, de Campinas, SP. Ela explica que já havia adotado duas gatinhas, Beza e Lola, quando decidiu começar a ajudar como voluntária em uma ONG. Inicialmente, a gateira colaborava com criações artísticas do material divulgado nas redes sociais da ONG, mas vendo que precisavam de mais apoios, também se envolveu com os resgates, rifas e até oferecendo lar temporário para tirar gatinhos das ruas. A ilustradora descobriu, no entanto, que tinha uma grande dificuldade em desapegar de seus protegidos. “Eu acolhi uma mãe com dois filhotes e os três viviam grudados. Eu tinha dó de separá-los e não conseguimos uma adoção conjunta, então ficaram comigo. Até hoje ficam grudados”, reforça. O que era uma casa com duas gatinhas, virou uma residência com nove bichanos. “Agora foi meu limite, não consigo pegar mais”, explica Juliana, que recentemente teve um bebê e adapta o filho aos seus pets. Sobre todos os seus gatos não terem uma raça, ela conta que não foi algo planejado. “Nunca pensei em raças, sempre gostei de gatos, independente de tipo ou cor. Existem raças que me chamam a atenção, como o Maine Coon, mas hoje, por tudo que eu vivi, eu preferiria destinar o valor da compra para algum animal que precisa de assistência na ONG”, esclarece.
Se algum desses perfis estiver mais de acordo com seu comportamento como gateiro, saiba que ele pode se complementar com os outros tipos. Afinal, não existe uma única forma de nos relacionarmos e cuidarmos de nossos pets.

FAÇA O TESTE EDESCUBRA SEU PERFILCOMO TUTOR!
Em nosso site montamos um teste comportamental que vai te ajudar a entender mais sobre como é sua relação com seu gato ou gatos.
Acesse: www.revistapulodogato.com.br

{PAYWALL_FIM}
Por  Aline Guevara

 


Clique aqui e adquira já a edição 141 da Pulo do Gato!

Compartilhe essa notícia!