Gatos: os novos melhores amigos do Homem?

Publicado em 12/06/2023

Felinos têm grande potencial para contribuir com o sequenciamento genético de doenças em humanos

Foto: Magui-rfajardoiStockphoto.com

Mesmo que os gatos estejam convivendo há milênios conosco, ainda vivemos em um mundo “dominado” pelos cães, que ainda são mais populares e tidos como melhores amigos do Homem. Porém, segundo alguns pesquisadores, esse posto do cão está ameaçado. E o motivo é explicado pelo grande potencial dos gatos para ajudar humanos a descobrir o genoma de doenças geneticamente transmissíveis presentes em ambas as espécies, humanos e felinos. “O cão e o rato, outro mamífero bastante usado em pesquisas, têm uma organização de cromossomos bem diferente dos humanos. Mas o gato doméstico possui praticamente a mesma organização de genoma que nós, humanos”, diferencia Les-lie Lyons, pesquisadora do departamento de Medicina Veterinária & Cirurgia da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos. Assim, gatos têm o potencial de servirem como “modelo” para geneticistas, cujos estudos serviriam tanto para beneficiar o pet como o ser humano.
Lyons explica que gatos podem ajudar no entendimento do chamado “dark matter”, um material genético pouco conhecido ou ainda sem classificação. Acredita-se que aproximadamente 10% de nosso genoma seja compartilhado com outros mamíferos e ainda tem um papel desconhecido. “Trabalhar em pesquisas com animais dóceis como gatos é muito mais prático e fácil do que com outros mamíferos”, destaca Lyons, que menciona ainda outro fator de peso para se pensar que gatos possam “iluminar” mais dados sobre o genoma humano: desde 2001, temos a tecnologia para clonar gatos.
Sobre o mapeamento de doenças, Lyons acredita ser possível fixar o gene causador de doenças comuns em gatos e humanos para se chegar a um tratamento mais assertivo, não só tratar sintomas dessas doenças. Um exemplo seria a Doença Renal Policística (PKD), que afeta humanos e gatos. “Se conseguirmos tratar essa doença com precisão na medicina veterinária, poderemos aplicar esses aprendizados em nós, humanos”, finaliza a pesquisadora.

Por Samia Malas


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