Design sob medida ou simples caixas de papelão são formas de adaptar partes da casa para a alegria dos felinos

Eles são apaixonantes: bigodes longos, pelo macio e uma personalidade de dar inveja a qualquer outra espécie. Além disso, estão cada vez mais populares nos lares brasileiros. Um levantamento feito pelo Instituto Petem 2021, revela que a população de felinos foi a que mais cresceu em relação ao ano anterior, saltando de 25,6 milhões para 27,1 milhões, um crescimento de 6%. No entanto, esses animais são exigentes. Quem é tutor de gato sabe que alguns comportamentos herdados de seus ancestrais continuam se manifestando. Isso pode ser visto quando caçam insetos e outros animais pela casa, escondem as fezes ou marcam território das mais diversas formas possíveis – algumas podem não ser tão agradáveis, como aqueles gatos que adoram arranhar a mobília. E a chamada gatificação é uma das alternativas para resolver o problema. É o que explica a especialista em comportamento felino e idealizadora da @Romhomecat, Bruna Kievel. “Grande parte dos tutores não quer adaptar a casa para o gato porque acha que só é possível fazer isso espalhando arranhadores pelo lar, despersonificando seus ambientes internos, o que não é verdade”, conta.
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Como gatificar o lar?
Antes de mais nada, vamos entender o que significa a palavra gatificação? A palavra quer dizer “incorporar ao ambiente da casa elementos que atendam às necessidades do gato”. Especialistas garantem que a gatificação é um dos segredos para se ter gatos felizes em apartamentos, independente do tamanho do espaço, e também uma boa oportunidade de oferecer a eles uma vida mais interessante. “É fundamental termos em mente que gatos que estão em ambientes fechados vivem mais, pois não estão à deriva do frio, de acidentes e da maldade humana. Adaptar alguns aspectos da casa não vai torná-la sem personalidade, pelo contrário, existem opções que até acrescentam beleza e estilo aos espaços”, acrescenta Bruna.
Para iniciar a gatificação no lar é preciso seguir alguns passos. “O primeiro deles é conhecer o gato. Se for mais de um, os gatos. Quais são suas preferências, do que gostam mais e, claro, do que não gostam. A rotina de horários, se apreciam os arranhadores, as cordinhas penduradas, se preferem dormir em um determinado local, se gostam do alto ou preferem locais mais baixos e escondidos. Enfim, isso vai ser essencial para montar o projeto”, revela.
Após esses detalhes importantes, é hora de colocar a mão na massa. Isso pode ser feito pelo próprio tutor, caso não queira utilizar os serviços de um consultor ou de uma empresa, embora o custo-benefício do investimento costume valer a pena. “Um dos maiores erros dos tutores é achar que os gatos têm personalidades idênticas apenas porque moram na mesma casa. Essa ideia é corriqueira e deve ser desfeita, pois cada animal tem seus gostos e desgostos independentes. Sempre digo aos meus clientes que não existe a necessidade de um gasto além do que se pode, se esses detalhes forem observados. A gatificação sempre pode ser personalizada de acordo com a condição financeira do tutor”, complementa.


Do chão ao teto sem furar
Para os que desejam investir um pouco mais, existem produtos próprios para gatificação. “Essas opções variam muito de preço e modelos. Um único arranhador pode ir do chão ao teto e incluir todos os objetos que os gatos gostam, como cestinho para dormir lá no alto, brinquedos para caçar enquanto se movimentam, além e serem bonitos e feitos sob medida, de acordo com a vontade do tutor”, diz. É o caso dos polecats, por exemplo, playgrounds do chão ao teto que são instalados sem a necessidade de furar, nem estragar as paredes. “A engenharia desses produtos é interessante, vale apena buscar no mercado o modelo mais confortável para aqueles que querem gatificar sem envolver muitos espaços pela casa”, conta.
Design de móveis sob medida
Outra opção são as estruturas que envolvem a casa toda ou boa parte dela. Esses modelos são perfeitos para tutores que querem proporcionar aventuras ainda mais emocionantes. É o caso de circuitos dinâmicos e divertidos que proporcionam ao pet mais mobilidade e exercícios. Vale lembrar que os gatos são animais que precisam gastar energia, certo?
Faça você mesmo
Aos tutores que desejam investir menos, vale a busca por produtos únicos e pequenos, como casinhas com placas de carpete para criar superfícies antiderrapantes sobre os móveis, prateleiras e passarelas. Isso permite que o gatinho deixe o seu cheiro no objeto.
Se o tutor tiver tempo e criatividade para compor seus próprios produtos de gatificação é só colocar a mão na massa. Uma boa ideia é forrar caixas de papelão e montar casas com esse material. Na internet é possível encontrar diversos tutoriais sobre como fazer isso, bem como divertidas construções com outros materiais, como canos de PVC e até rolos de papel higiênico. Outra ideia interessante, até para estimular o cognitivo do animalzinho, é fazer desafios com seus gatos, colocando copos plásticos pela casa e criando caminhos para que eles tentem passar sem derrubar os obstáculos. “Vá aumentando os caminhos conforme ele for conseguindo passar e, claro, gratifique-o com petiscos nos acertos”, indica Bruna. No You Tube são muitos os vídeos com desafios divertidíssimos.
Rotas de fugas são essenciais
As rotas de fugas são importantes, inclusive para aqueles gatos não tão sociáveis ou em processo de ressocialização. Na prática, um gatinho mais medroso precisa ter refúgios de fácil acesso para casos e sinta vulnerável com a chegada de alguma visita, por exemplo. “Deixe espaços para que ele corra quando desejar, jamais deixe o felino encurralado”, aconselha.


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Um gato feliz para toda a vida
A gatificação é uma forma dedar felicidade ao gato por uma vida toda. Porém, é o conjunto de ações responsáveis que tornam a existência de um felino feliz. As idas ao médico-veterinário, as vacinas feitas sempre em dia, janelas e varandas teladas em apartamentos, ração de qualidade e água fresca elencam a lista. “E, claro, dê muito amor ao gato. Eles precisam (e adoram)”, conclui Bruna.
Por Juliana Farias