Nos Estados Unidos, comerciantes contratam gatos de abrigos para eliminar inconvenientes roedores de suas empresas
Ao constatarem a presença de pragas em suas lojas, os comerciantes norte-americanos têm procurado uma ajuda, no mínimo, diferente. Dedetizadores? Não! Seus salvadores miam e têm quatro patas. Os lojistas estão contratando gatos de abrigos de animais para solucionar esse inconveniente problema.
Tudo bem, as habilidades de caça dos felinos são conhecidas pelos humanos há séculos, desde o início de sua domesticação, há cerca de 10 mil anos, até as últimas décadas, quando eles eram utilizados pelos marinheiros para controle de ratos nas embarcações. O diferente, contudo, está na relação estabelecida entre os comerciantes e os abrigos.
Para contratar um felino, o empresário, que tem sofrido com a presença de roedores, precisa contatar um abrigo, que indicará o melhor animal para a situação. Geralmente, para o programa ”working cat” (em português, gatos trabalhadores), como é chamado o processo, são selecionados os bichanos que possuem dificuldades de serem adotados. Além de possibilitar uma chance de eles ganharem um novo lar em definitivo, esses animais costumam ser mais ariscos e têm o instinto de caça mais aflorado. Em troca do serviço, a pessoa tem que se comprometer com o fornecimento de alimento, água e um abrigo para o animal.
Jim Trenter administra um armazém de sementes em Saint Paul. Ele estava perdendo cerca de US $ 10.000 por ano em produtos por causa dos ratos, que roem os sacos das mercadorias, segundo o jornal Minneapolis Star Tribune. Cansado do prejuízo, o empresário contratou Fritz e Nutmeg, dois gatos do abrigo Animal Humane Society. “Foram os melhores trabalhadores que eu já tive!”, salienta Jim em entrevista ao Star Tribune. O problema foi resolvido e Fritz demonstrou ser um bom companheiro, sempre pedindo carinho e se socializando com a equipe, oposto de Nutmeg, que continuou mais arisco.
O Arizona Humane Society, por exemplo, sempre disponibiliza seus gatos em pares e ainda destaca que eles amariam passar suas vidas ajudando a controlar as pragas dos armazéns, ranchos ou celeiros. Todos os animais, segundo a organização, só pedem em troca um abrigo, comida, água e cuidados. Já outros abrigos se concentram em ambientes urbanos, onde os roedores também se proliferam.
Paul Nickerson, gerente do programa Cats at Work da organização Tree House Humane Society, em Chicago, disse à rádio NPR que os feromônios felinos também ajudam a manter os ratos distantes. “Os gatos vão matar uma grande quantidade da população inicial dos roedores”, disse. Então, ao espalhar seus feromônios, eles mantêm outros ratos distantes.”
Os programas working cats estão se popularizando nos Estados Unidos. Trata-se de uma forma de manter os animais vivos e oferecer possibilidade de adoção, já que cerca de 1,4 milhões de gatos são sacrificados em abrigos a cada ano, de acordo com a American Society for the Prevention of Cruelty to Animals.
Por Júlio Mangussi
