14 atitudes suas que podem magoar o seu gato

Publicado em 01/05/2024

Aprenda quais são elas para não errar com o seu gatinho

Foto: Kseniia Soloveva/iStock

Gatos são animais sensíveis e bastante particulares e, por isso, exigem de seus tutores muita atenção para que o relacionamento não seja prejudicado. Muitas vezes, podemos ter atitudes que fazem mal para eles e nem percebemos. Assim, listei 14 atitudes que devem ser evitadas, pois podem sim magoar seu gatinho.

1. CHAMÁ-LO E FAZER ALGO QUE ELE NÃO GOSTA
Seu gato vem até você depois de ser chamado e você o coloca na caixa de transporte ou o leva ao médico-veterinário ou, ainda, para tomar banho. Ou seja, chamá-lo pelo nome para que ele tenha uma experiência negativa em seguida não é uma atitude que o gato aprecia. Fazer isso pode levá-lo a realizar associações negativas e, por consequência, parar de confiar em você, prejudicando a relação. Então, evite chamá-lo nestas situações para que ele não associe o seu chamado a algo ruim.

2. PROVOCAR O GATINHO
Crianças que correm atrás do gato, assopram o rosto dele ou, ainda, tutores que pegam o gato no colo toda hora, sendo que ele não gosta. Respeite os gatos que não gostam de ser pegos e, claro, não faça coisas que os deixem desconfortáveis. Vai receber uma visita em casa? Oriente-a sobre a personalidade do seu gato, para que ela seja respeitada e seu gato não se sinta tão desconfortável no ambiente.

3. AFASTÁ-LO DE VOCÊ
Se você está trabalhando, por exemplo, e o seu gatinho vem pedir um carinho, uma atenção, fica em cima do seu notebook e você o afasta de forma abrupta, pode ter certeza de que ele vai se magoar, e o relacionamento de vocês vai ser abalado. Procure dar um pouco de atenção nestes momentos e desça ele com calma, fazendo um carinho. Afinal, o seu gatinho não entende que você está trabalhando, ele só quer um pouco do seu amor e atenção.

4. PUNIR O GATO
Bater é totalmente errado, e os gateiros já sabem disso. Mas existem maneiras de punir o gato que podem fazer com que ele faça associações negativas com você, como espirrar água nele ou esfregar a face do gatinho em um local onde ele tenha feito xixi, por exemplo. Fazer isso, além de machucar a relação de vocês, pode levar a uma falsa impressão de resolução do problema. Isso porque seu gato aprenderá que não pode fazer determinado comportamento quando você está no ambiente, em vez de aprender a fazer o que é o certo. Logo, quando você não está em casa, ele ainda fará aquilo que você julga errado.

Foto: Ukususha/iStock

5. TERMINAR A BRINCADEIRA ANTES DA HORA
Isso pode gerar frustração no gatinho. O certo é parar a brincadeira gradualmente, reduzindo os movimentos dos brinquedos e parando de movê-los por um tempo. Neste momento, o gato ainda pode estar interessado, pois eles gostam de observar a presa à distância. Assim, tenha certeza de que a brincadeira não o interessa mais para parar de brincar com ele. Quer melhorar ainda mais esse momento? Forneça um sachê logo após a sessão de brincadeira. Dessa forma, ele terá o sentimento de que abateu a presa e agora está se alimentando dela.

6. DEIXAR COMIDA VELHA NA TIGELA
Gatos evitam comer comida que já está há um tempo em sua tigela, então, deixar a ração muito tempo para ele lá, até que ele a termine, é algo que o perturba. A ração exposta perde propriedades nutricionais, além de perder também seu cheiro, levando a um menor interesse do gato. Até na natureza, os gatos não consomem uma presa que foi caçada há algum tempo. Se tiver uma tigela cheia de ração e depois de um dia ele não tiver terminado, pode trocar a ração, pois o gato vai evitar comer aquele alimento. Mais errado ainda é deixar um sachê no pote por muito tempo, pois pode até prejudicar sua saúde, uma vez que podem surgir micotoxinas quando este alimento fica exposto por muito tempo.

7. NÃO O NEGLIGENCIE
Com certeza você já ouviu falar que os gatos são animais solitários e independentes, mas acontece que isso é apenas parcialmente verdade. Felinos também são animais extremamente sociais e afetuosos, logo, demandam sua atenção diária. Quando chegar em casa, sempre faça um carinho nele. Quando ele busca por atenção, não recuse, pois ele pode acabar perdendo o interesse em você. Também não negligencie tarefas básicas como deixar de escovar seus pelos, limpar a caixa de areia com frequência, brincar com ele, trocar a água diariamente etc. Determine um horário do dia para você ter um “encontro” com seu gato, de pelo menos uns 15 a 25 minutos. Isso fará uma diferença enorme no bem-estar e na felicidade dele.

8. RESPEITE SUA HORADA REFEIÇÃO
Na natureza, o momento em que um gato está se alimentando é também um momento de extrema vulnerabilidade para ele, uma vez que ele assume uma posição em que não consegue observar os arredores. Logo, perturbar o gato enquanto ele come, fornecendo algum estímulo de medo ou simplesmente indo o incomodar, faz com que ele nunca se sinta em segurança na hora de se alimentar. Como consequência, o gato não vai se alimentar bem ou pode passar a comer mais rapidamente e ter regurgitações mais frequentes. Assim, ele precisa que sua tigela fique em um local tranquilo, que forneça um senso de privacidade e que ele se sinta confortável na hora das refeições.

9. NÃO DEIXE DE FORNECER ESTÍMULO MENTAL
Gatos que não têm o que fazer tornam-se tristes e entediados, o que pode acarretar distúrbios de comportamento. Além disso, gatos com baixo nível de estímulo são mais predispostos ao quadro de disfunção cognitiva na velhice, algo muito parecido com o Alzheimer em humanos. Imagine você ficar em casa, preso, sem nada para fazer. Tenha em mente que os gatos são animais extremamente energéticos e que, caso não tenham uma forma de extravasar essa energia, eles irão direcioná-la erroneamente, gerando comportamentos negativos. Portanto, brinque com seu gato pelo menos duas vezes ao dia em sessões de 15 a 20 minutos, além de fornecer brinquedos de solo e atuar no enriquecimento ambiental.

10. GATOS NÃO GOSTAM DE BARULHOS ALTOS
Gritar com os gatos ou ter sons altos constantes em casa não os agrada. A audição deles já é mais apurada que a nossa e, ainda por cima, sons altos geram estresse neles, pois ficam em estado de alerta, acreditando que há algum perigo, gerando um sentimento de insegurança e medo no animal. E, quando isso acontece constantemente e no longo prazo, pode afetar negativamente tanto a qualidade de vida dele quanto sua saúde, uma vez que o estresse é um fator predisponente ao surgimento de algumas doenças em gatos.

11. NÃO IGNORE SEUS MEDOS
Observe bem a expressão corporal do seu gato para ver se ele está dando sinal de medo em algumas situações. Alguns dos sinais clássicos de medo (os mais fáceis de serem identificados) são as orelhas para baixo, a pupila dilatada e a cauda entre os membros posteriores, além, é claro, da busca por um esconderijo. O medo pode ser oriundo de algum trauma que ele tenha tido no passado, muitas vezes antes mesmo de viver em sua casa. Conhecendo os medos dele, tente minimizar ao máximo sua exposição a eles. Por exemplo, se ele tem medo de aspirador de pó, não ligue o aparelho no cômodo onde ele está ou até não use este eletrodoméstico mais em casa, caso seja possível.

12. FORÇAR NOVAS AMIZADES
Muitos tutores gostam de correr atrás do gato quando chega uma visita em casa para mostrar o pet. Não faça isso, respeite o espaço do seu gato. Peça para a visita esperar que o gato chegue até vocês. Tudo deve ser feito no tempo dele. Se ele permitir uma interação, tudo bem. Caso contrário, deixe-o em paz. Seu gato não conhece a visita a ponto de confiar nela, logo, ele tem medo dela – na maioria das vezes. Você não quer ser a pessoa que causa medo ao próprio gato, né?

13. DEIXAR A CAIXA DE AREIA SUJA
Isso gera um desconforto psicológico muito grande no seu gato de estimação, pois ele acha que pode ser predado, rastreado por um animal. Além disso, a caixa de areia suja faz o seu gato não querer utilizá-la, levando a uma retenção de urina que pode gerar alguns problemas urinários, que representa grande parte do atendimento em consultas na medicina felina e, algumas vezes, pode ser até fatal. Então, sempre limpe a caixa de areia, tenha uma rotina de limpeza frequente durante o dia e tente limpá-la sempre que perceber que o gato a utilizou.

14. OBSERVE SEU GATO
Os gatos sabem esconder as doenças muito bem. Isso acontece pois, na natureza, ele também é presa, portanto, não pode demonstrar fraqueza, já que isso pode ser a diferença entre a vida e a morte. Tendo isso em vista, a mudança de comportamento do seu felino é o primeiro sinal de que algo não vai bem com a saúde dele. Pequenas mudanças no dia a dia podem ser sinais importantes para que você perceba que é hora de levá-lo a uma consulta no médico-veterinário. Alterações em seu apetite, começar a se esconder um pouco mais, perder o interesse em coisas que antes ele amava, começara dormir um pouco mais do que o normal são alguns exemplos de comportamentos que podem indicar uma emergência veterinária.

Colaborador Tiago Souza Franco Oliveira, Sou um completo apaixonado pelos gatos e tenho experiência em todos os assuntos relacionados a saúde do gato, questões comportamentais, manejo e cuidados gerais. Sou o idealizador do canal Medicina Felinos no YouTube, onde ajudo milhares de tutores a cuidarem melhor dos seus gatinhos. Além disso, estou no oitavo período de Medicina Veterinária na UFJF e sou tutor orgulhoso de três gatos adultos (todos vira-latas adotados), incluindo o Jesuíno, de 15 aninhos; a Kate Lúcia, que é deficiente visual e tem 8 anos; e o Pipo Jorge, que foi resgatado da rua e também tem 8 anos (o que está na foto)

Por Tiago Souza Franco Oliveira


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